sábado, setembro 16, 2006

O PMDB tem identidade com o PT, diz Ney Moura

O advogado Ney Moura Teles, 50 anos, candidato ao Senado pelo PMDB, minimizou nesta quarta-feira, dia 13 de setembro, em sabatina promovida pelo POPULAR, a falta de uma aliança formal com o PT. Para ele, o acordo que não vingou de direito no período pré-campanha, está acontecendo na prática. A prova disso, afirma Ney, é o apoio público do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à candidatura do peemedebista Maguito Vilela ao governo. O senadoriável entende que isso não ocorre por acaso, apontando a existência de uma identidade entre PMDB e PT, embora o governadoriável apoiado oficialmente pelo PT em Goiás seja Barbosa Neto (PSB).
O peemedebista aposta na eleição de Maguito ainda no primeiro turno e critica o governo de Marconi Perillo (PSDB), seu adversário à vaga no Senado e líder nas pesquisas de intenção de votos. Apesar da desvantagem de mais de 70 pontos porcentuais, de acordo com a última pesquisa Serpes/O POPULAR, Ney Moura crê na possibilidade de uma virada. Ele se apresenta como um representante da renovação do PMDB e aposta suas fichas nisso.
A sabatina foi mediada pela editora-executiva do POPULAR Cileide Alves, com a participação dos jornalistas Almiro Marcos e Carlos Eduardo Reche, da Editoria de Política; Jarbas Rodrigues Júnior, da coluna Giro; e Kátia Assunção, da TV Anhanguera. A seguir, os principais trechos.
A candidatura
Quero defender os interesses goianos na elaboração do Orçamento da União para grandes projetos e trabalhar por recursos para a saúde. Também pretendo apresentar emendas e projetos de lei para combater a corrupção. Uma das idéias é acabar com foro privilegiado para agentes políticos. O foro é um dos fatores que mais levam à impunidade. Também vou lutar para acabar com os sigilos bancário, fiscal e telefônico dos agentes públicos. Com essas medidas acho que teremos um combate muito vigoroso à corrupção para aumentar investimentos em educação, saúde e segurança pública.
Inexperiência em mandatos
Isso até tem me ajudado. Em uma caminhada em Luziânia, quando me apresentei a um eleitor ele me perguntou se eu já tinha exercido algum mandato. Eu disse que não. Então ele disse que iria votar em mim. Isso é até positivo porque a população está enojada de tanta corrupção. A idéia da renovação me beneficia.
Segurança pública
É preciso criar um novo sistema de repressão e prevenção ao crime, vinculando recursos da União e dos Estados para execução das ações de segurança pública. É preciso federalizar as polícias, pois o crime não respeita as fronteiras estaduais. Também é preciso desvincular as polícias do Poder Executivo. As polícias seriam controladas por órgãos da sociedade, com autonomia parecida com a que tem o Ministério Público Federal.
Aposentadoria para dona de casa
Eu defendo a aposentadoria para a dona de casa. Hoje ela poderia obter aposentadoria desde que contribuísse para a previdência por alguns anos. Minha proposta é que a partir dos 60 anos a dona de casa que não tem outra renda previdenciária passe a receber um salário mínimo mensal. Esses recursos viriam da União, porque essa é uma dívida do Estado e não da Previdência.
Aliança com o PT
Alguns companheiros não quiseram a coligação com o PT. Mas não foi a maioria. O comandante maior do partido no processo eleitoral, que é o candidato a governador, ouviu essas opiniões. Mas a coligação não saiu por uma decisão coletiva do partido. Não saiu também por erros no processo de condução cometidos também pelos dirigentes do PT. Eu defendi a aliança. Mas a idéia não pode ser de um só. Houve erros de parte a parte. Mas esse é assunto superado. Não podemos chorar o leite derramado.