quarta-feira, novembro 26, 2008

Governo estuda rolagem de dívidas de sonegadores

O pretexto é estimular os sonegadores a liquidarem suas dívidas com o fisco. A motivação real é atender a uma pressão que vem do Congresso.



O governo ainda não sabe ao certo o tamanho do passivo tributário sujeito a rolagem.



Estimativas preliminares indicam, porém, que não deve ser pequeno: pode variar de R$ 65 bilhões e R$ 70 bilhões.



A idéia é oferecer vantagens financeiras aos devedores que se dispuserem a aderir a um plano de parcelamento de débitos.



Coisa muito parecida com o Refis (Programa de Recuperação Fiscal). Sob FHC, foram editados dois. Sob Lula, um.



A adesão a esse tipo de programa dá ao devedor ficha limpa. Empresas inscritas no cadastro da dívida ativa da União recobram o direito de obter financiamentos de bancos oficiais e de fornecer bens e serviços ao Estado.



É um tipo de iniciativa que premia os devedores e faz de bobos os contribuintes que se esforçam para manter em dia as suas obrigações tributárias.



O tema foi discutido, nesta terça-feira (25), numa reunião de lideranças do governo na Câmara com os ministros Guido Mantega e José Múcio, coordenador político de Lula.



O encontro destinava-se a debater a proposta de reforma tributária. Súbito, foi à mesa o quindim dos sonegadores.



Mantega disse aos deputados que o governo se dispõe a criar o novo Refis por meio de medida provisória ou de projeto de lei.



A proposta seguiria para o Congresso depois que os deputados aprovassem, no plenário da Câmara, a reforma tributária. A conversa soou a barganha.



Na semana passada, quando a reforma tributária foi votada na comissão especial da Câmara, o PMDB tentara enfiar no novo modelo tributário o refinanciamento dos débitos fiscais.



Sob bombardeio dos oposicionistas PSDB, DEM e PPS e até de governistas como o líder do PDT, Miro Teixeira (RJ), o contrabando foi abortado.



Renasce agora sob o patrocínio da própria Fazenda. Chega num instante em que o governo precisa reunir sua tropa para um confronto com a oposição.



PSDB, DEM e PPS erguem barricadas contra o projeto de reforma tributária. No plenário, decidiram recorrer à única arma de que dispõem: a obstrução.



Os líderes do consórcio governistas tentam negociar um acordo. Nesta terça, não houve avanço. O debate prossegue. Mas a chance de entendimento é remota.



Ao governo não restará senão a alternativa de medir forças em plenário. O Refis entra nesse jogo como um estímulo à fidelidade dos governistas.


Escrito por Josias de Souza às 03h05

terça-feira, novembro 04, 2008

Bolsa sobe 5,24% e volta a superar os 40 mil pontos

Folha de São Paulo

O Ibovespa, indicador de referência da Bolsa de Valores de São Paulo, fechou em forte alta de 5,24% nesta terça-feira, a 40.254,8 pontos. Os investidores refletiram o otimismo no exterior com as eleições dos Estados Unidos.

A cotação do dólar fechou em baixa de 2,63%, a R$ 2,111.

"O mercado está bem positivo hoje, a crise parece que já pode ter passado do olho do furacão", afirmou Rodrigo Nassar, gerente da mesa financeira da Hencorp Commcor Corretora.

"E a perspectiva já é boa para essas eleições (presidenciais americanas)", disse Nassar, apontando o candidato democrata, Barack Obama, como o preferido dos mercados.

A notícia de que as encomendas à indústria americana caíram mais que o esperado não foi suficiente para derrubar as Bolsas. Ainda, um dos fundos especulativos do banco Goldman Sachs perdeu quase US$ 1 bilhão com a crise, segundo o jornal britânico "Financial Times".

No Brasil, a produção industrial cresceu 10% em setembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A CNI (Confederação Nacional da Indústria) também registrou expansão industrial.

A fabricante de aviões Embraer anunciou que teve um prejuízo de R$ 48,4 milhões devido à alta do dólar frente ao real.

A Aracruz disse que eliminou 97% da sua exposição a derivativos, "com a realização de uma perda total de US$ 2,13 bilhões".

Na Europa, as ações fecharam a terça-feira em forte alta, com destaque para o setor de commodities diante do aumento dos preços do petróleo e de metais. A Bolsa de Londres fechou em alta de 4,42%.

Na Ásia, a Bolsa de Tóquio disparou mais de 6%, também devido à expectativa das eleições nos EUA.

(Com informações de France Presse, Reuters e Valor Online)